Africa Basquetebol

18 setembro 2008

ANGOLA : O Interclube e o basquetebol

A possível saída de cerca de metade do plantel de basquetebol do Interclube, na classe sénior masculina, para além de implicar consequências nefastas ao desenvolvimento da modalidade no clube, vem confirmar que ela não goza de estabilidade no clube do Ministério do Interior e que o artigo por mim assinado e publicado neste espaço há coisa de dois meses, dando conta da situação aflitiva em que a equipa se encontrava, estava coberto de veracidade. Ao contrário dos atletas e alguns associados, o artigo em causa não foi bem digerido por alguns membros do corpo directivo do clube. Na altura, em pleno campeonato nacional, enfatizámos como forma de alerta, e como intérpretes dos atletas, as péssimas condições de acomodação em que os mesmos estavam sujeitos na casa de trânsito, nas imediações do Cine S. Paulo e o atraso do cumprimento por parte da direcção do pagamento de alguns meses de salário. A transferência de algumas das principais unidades para o Perto de Luanda e o ASA está a provocar alguma onda de descontentamento por parte dos adeptos e não só, que consideram o imbróglio como o possível despontar do fim da classe masculina que, em tempos não muito distantes, foi vice - campeã continental e ocupou o estatuto de “terceira força“ do basquetebol nacional, perdendo para o 1º de Agosto e o Petro de Luanda, tendo algumas vezes revezado com este. Espero que tal não aconteça, para o bem da modalidade, onde apesar da exiguidade de equipas que disputam as provas nacionais, Angola detém a hegemonia a nível de África e começa já a impor um certo respeito a nível de outras paragens. A transferência, desmentida pelo ex-técnico, agora investido nas funções de director técnico, Manuel de Sousa “Necas”, de José do Nascimento, para os “aviadores”, é a demonstração do corolário da instabilidade que a modalidade atravessa, dado que, de acordo com informações que possuo, os atletas estão-se “marimbando“ para o argumento do director técnico, segundo os quais, os atletas possuem vínculos contratuais com o clube. Estes argumentam que têm salários em atraso e trabalham em condições inadequadas para equipas da alta competição, pelo que se dizem dispostos a recorrer até às últimas instâncias, que não revelaram. A direcção do clube está disposta a devolver a mística ao sector de basquetebol. Chamou Apolinário Paquete, técnico da equipa feminina, para em regime de acumulação, coordenar o programa de reorganização da modalidade a nível dos masculinos.