Africa Basquetebol

20 outubro 2007

MOÇAMBIQUE : TAÇA DOS CAMPEÕES DE ÁFRICA EM FEMININOS: Chocolate, doce chocolate “made in Mozambique”!

ERA suposto que ontem, na inauguração da fase final da 13ª edição da Taça dos Campeões de África em Basquetebol de Seniores Femininos, todos saíssemos do pavilhão do Desportivo alegremente e com o doce sabor do chocolate entre os nossos lábios. E, de facto, a profecia se cumpriu integralmente, com o “made in Mozambique” a encher-nos de orgulho neste início de uma competição que promete muita galhardia. O triunvirato nacional não quis deixar os seus créditos por mãos alheias, senão vejamos: Ferroviário e Desportivo, pelo Grupo “A”, ganharam diante do ABC, da Costa do Marfim, pela marca de 67-46, e do Dolphins, da Nigéria, por 68-55, respectivamente, enquanto o ISPU, pelo “B”, não ofereceu campo de discussão às nigerianas do First Bank, derrotando-as por 67-58. Também as angolanas do 1º de Agosto, campeãs em título, não destoaram, vencendo o Port Authority, do Quénia, por 56-38.
Maputo, Sábado, 20 de Outubro de 2007:: Notícias


Numa prova em que ainda reina incerteza quanto à presença das duas equipas da RD Congo, designadamente Arc-en-Ciel e Lupopo – não se sabe se terão desembarcado ontem à noite – os organizadores vão sendo condescendentes, na perspectiva de ver chegar, a qualquer momento, aqueles dois conjuntos. É dessa forma que o calendário, contrariamente àquilo que foi o resultado do sorteio, sofre reajustes face a estas circunstâncias. Deste modo, hoje, mais quatro partidas, a saber: Port Authority-First Bank (14.00 horas), ABC-Dolphins (16.00), Djoliba-Ferroviário (18.00) e 1º de Agosto-ISPU (20.00).

Nos desafios de ontem, o 1º de Agosto, treinado por Aníbal Moreira, um jovem técnico em crescendo, não precisou de expor em campo todos os seus argumentos de campeão continental para se sobrepor às modestas quenianas. Já o Desportivo ia sendo traído pelo excesso de confiança, ao permitir que o Dolphins, nalguns momentos, ganhasse motivação e, inclusive, se aproximar perigosamente no resultado. As duas senegalesas, Anita Sy (8 pontos) e Salimata Diatta (12), mostraram-se fundamentais na manobra ofensiva da equipa, ganhando ressaltos e determinadas nos lançamentos. Apesar de se apresentarem perante um adversário inferior, as “alvi-negras” foram um tanto ou quanto complicativas, perdendo passes infantilmente, situação censurada pelo público, com o agravante de Nazir Salé perpetuamente manter em campo jogadoras que eram meras espectadoras. Mas destaque para Diara Dessai, com 15 pontos, e para a persistente Kátia Halar, com 11.

SEM CARLA MAS COM JANETE

Sem necessariamente viver da inteligência de Carla Silva, lesionada, ao Ferroviário pedia-se que fizesse mais e melhor, pois aquele baixar de ritmo, a espaços, podia ter sido fatal, se efectivamente o ABC fosse uma turma mais expedita e ambiciosa. Vejamos o caso do primeiro período: as “locomotivas” entraram a todo o vapor, impuseram as suas ordens, mas, inexplicavelmente, cederam espaço às marfinenses, que não enjeitaram a oportunidade de conquistar vantagem e começar as fazer as contas a seu favor.

No entanto, se Carla não pôde nos deliciar com os seus encantadores triplos, Janete Monteiro entrou em cena, virando tudo de avesso. Foi a meio do segundo período, altura em que o Ferroviário, definitivamente, mudou de cariz, passando a uma formação mais consentânea com o seu arcaboiço basquetebolístico. Aí, sim, o ABC entregou por completo a iniciativa de jogo às moçambicanas, embora, entre estas, se notassem algumas incongruências com jogadoras influentes, caso de Rute Muianga, em baixo de forma, se bem que Zinóbia Machanguana possa ser perdoada em virtude de ter ficado algum tempo inactiva. Deolinda Gimo foi igual a si própria (18 pontos), com Ondina Nhampossa (16) a surpreender pela forma destemida como se exibiu.

FICHA DO JOGO

Árbitros: Sammy Wakaba e Ojeabur Kingsley

FERROVIÁRIO (67) – Zinóbia Machanguana (2), Rute Muianga (4), Janete Monteiro (15), Tatiana Ismael (0), Carla Silva (0), Júlia Machalela (5), Mónica Naiter (5), Deolinda Gimo (18), Nádia Zucule (2) e Ondina Nhampossa (16)

Treinador: Carlos Aik

ABC (46) – Thiam (0), Gbane (11), Abbadi (4), Kone (0), Berte (8), Drame (0), Diomande (9), Kouadio (4), Ngoran (6) e Camara (4)

Marcha do marcador: 14-17, 36-25, 52-38, 67-46.
ANA FLÁVIA PRAGMÁTICA

Maputo, Sábado, 20 de Outubro de 2007:: Notícias


Evidentemente que não foi ela sozinha diante das nigerianas. No entanto, não resta a menor dúvida que a classe e o pragmatismo de Ana Flávia Azinheira contribuíram sobremaneira para o grande triunfo do ISPU sobre o First Bank por 67-58. “A priori”, tendo em conta que esta equipa, há quatro anos, veio a Maputo ganhar com categoria esta prova, havia algum receio quanto àquilo que seria a sorte das “universitárias”, particularmente se se considerar que não quiseram ir buscar “mão de obra estrangeira” para fazer face a este evento. Só que, as jogadoras de Alexandre Mata foram de uma atitude extraordinária, sabendo contornar as dificuldades impostas por um adversário que está entre nós para discutir o título.

Globalmente, o ISPU esteve bem, catapultado por Ana Flávia, com Aleia Rachide a não ficar atrás, construindo uma vitória extremamente importante para o seu futuro no grupo, que inclui o 1º de Agosto.

FICHA TÉCNICA

Árbitros: Charles Foster e Cisse Jean-Marc

FIRST BANK (58) – Bintu Bramus (3), Nwamaka Abideli (4), Tamunomiete Whyte (3), Greeba Barlow (4), Funmilayo Ojebali (7), Erdoo Angwe (0), Sandra German (3), Adenik Dawodu (0), Mavis Imoh (0), Ezinne James (8), Chioma Udeaja (14) e Ugohkwu Oha (12)

Treinador: Aderemi Adewunmi

ISPU (67) – Marta Ganje (2), Eduarda Chongo (7), Tânia Wachene (3), Ana Branquinho (3), Ana Flávia Azinheira (24), Amélia Macamo (6), Vaneza Júnior (5), Aleia Rachide (11), Dulce Magaia (0), Nádia do Rosário (0), Iracema Ndauane (6) e Cecília Vicente (0)

Treinador: Alexandre Mata.

* Alexandre Zandamela

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