Africa Basquetebol

28 março 2007

MOÇAMBIQUE : Basquetebol na cidade de Maputo : “Mexidas” prenunciam temporada equilibrada

A NOVA temporada basquetebolística na capital do país já está em curso, com o Torneio de Abertura na categoria de seniores a decorrer há duas semanas – no pretérito sábado sofreu um interregno devido ao luto nacional - no entanto, a esmagadora maioria das equipas ainda não tirou da cartola os seus trunfos, guardando-os para as competições subsequentes. À excepção do Ferroviário, que com pompa e circunstância apresentou publicamente os seus plantéis para este ano, em masculinos e femininos, com o destaque a recair, irrefutavelmente, para a aquisição da craque Carla Silva, os outros aguardam pela altura certa. Mesmo assim, de acordo com informações em nosso poder, face ao volume de “mexidas” até aqui verificado, prenuncia-se uma época em cheio e extremamente equilibrada, em benefício da própria modalidade.

Aliás, para além daquilo que as provas internas nos apresentarão para arregalar os nossos olhos, 2007 terá a primazia de ser um ano completamente cheio de competições internacionais, dentro e fora do país, tanto a nível de selecções como de clubes. Depois de as formações nacionais terem disputado a qualificação zonal para os Jogos Africanos, a turma feminina marcará a sua presença em Argel e no Afrobásquete de Dacar, em Setembro, enquanto a masculina perdeu uma oportunidade doirada de marcar presença em dois grandiosos eventos continentais e, quiçá, de se relançar no panorama africano.

Em relação aos clubes, teremos já em Maio, em Maputo, as eliminatórias simultâneas de masculinos e femininos. No primeiro caso, seremos representados pelos Ferroviários de Maputo, campeão nacional, e da Beira, vencedor da Taça de Moçambique, enquanto no segundo será pelo ISPU, vice-campeão nacional, uma vez que as campeãs “locomotivas” encontram-se apuradas automaticamente, na qualidade de vice-campeãs africanas. A fase final desta prova terá lugar entre nós, no mês de Outubro.

COLHEITA “ALVI-NEGRA”


Após dois anos consecutivos de fracasso absoluto, a despeito de possuir uma das melhores formações do país, o Desportivo decidiu partir para uma outra realidade, a começar pelo comando técnico. Amândio Delalande, que esteve à frente da equipa, tendo até conseguido insuflar nela um ritmo competitivo de alta qualidade, atirou a toalha ao chão, pedindo demissão. A Direcção do clube, encabeçada por Michel Grispos, foi buscar o jovem Carlos Ferro, notável como jogador e que vinha coadjuvando Carlos Alberto Niquice na condução dos “locomotivas”. Para seu adjunto, Mário da Conceição.

Em relação aos atletas, os “alvi-negros” foram ao vizinho Maxaquene buscar duas unidades de grande quilate: Ebenizário Hamela e Luís Cossa, com este último a rubricar uma época de relevo em 2006. Esta dupla ex-“tricolor” faz-se acompanhar de Abdil (ex-Ferroviário da Beira) e de Ronaldo Geneto, filho do conhecido treinador de futebol José Geneto.

Do plantel do ano passado, mantêm-se sete jogadores, a saber: Sílvio Letela, Belchior Canivete, Sérgio, Danilo, Samora, Jerry e Stélio, tendo sido dispensados Siade Cossa, Gervásio Manhiça, Mauro Vembane e Osvaldo Anapakala. Saiu para o Ferroviário da Beira Benjamim “Pita” Manhanga, enquanto dos juniores subiram João Manhiça, irmão mais novo do dispensado Gervásio, e David Canivete, irmão de Belchior.

Os “alvi-negros”, que há dias perderam a Taça de Moçambique, no Chiveve, com as entradas e saídas, conseguiram reunir um time equilibrado e à altura de efectuar uma excelente campanha. Os jogadores são praticamente experientes e a meta, certamente, é chegar ao Campeonato Nacional, depois da surpreendente ausência na última edição, em virtude de se ter classificado na quinta posição da renhida prova maputense. Para o histórico Desportivo foi humilhante, daí a procura de novas alternativas, de modo a arejar o ambiente.

Já em femininos, quando o técnico Nazir Salé regressar da Espanha, para onde foi frequentar um curso, dar-se-á como grande novidade a internacional e super experiente Nádia Rodrigues que, após um desaguisado com os dirigentes do Ferroviário, era dada como certa no ISPU, mas que, na hora da verdadeira decisão, enveredou pelas “alvi-negras”, tal como Sheila Dimande e Vânia Filipe, que pertenciam aos quadros da formação de Armando Meque.

Este triunvirato junta-se à inconfundível Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Cátia Halar, Josefina Jafar, Sílvia Neves, Crechúlia Mondlane, entre outras.